sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Patologia Ocular: Parte II - Como averiguar uma patologia

As doenças, quando em período de estado, apresentam 3 tipos de possíveis averiguação clínica: sintomas, sinais e síndrome.

Sintomas: São queixas subjetivas (próprio) acerca de anormalidades. Os sintomas são alterações que somente o paciente sente: “dor nos olhos”, “dor de cabeça”, “visualização de pontos brancos no céu”. São manifestações no seu próprio corpo, do seu metabolismo.

A etimologia de sintomas vem do grego. ‘Sin’ = junção e ‘tomo’ = pedaços, leva a uma interpretação baseada em “juntar os pedaços” e fazer uma ligação durante a entrevista da anamnese.

Principais sintomas ópticos:
Astenopia (cansaço visual: ametropia), cegueira (ausência total de percepção de luz), coceira (prurido: astigmatismo), diplopia (visão dupla: problema fusional da binocularidade), cefaléia frontal (ametropia), embaçamento (astigmatismo), manchas (drusas), visão alterada (descolamento de retina, glaucoma, daltonismo) dentre vários outros que com pouco de esforço conseguimos lembrar facilmente.

Sinais: são o inverso dos sintomas, mesmo acontecendo com frequência confusão entre os dois, sinais pode ser verificado durante o exame físico do paciente, podendo ou não ser relatado pelo paciente. Geralmente os sinais devem servir para que possa ser feita análise mais detalhada em relação aos sintomas.
Sinais de problemas oftálmicos: vermelhidão ou hiperemia (conjuntivite, irritação ocular, blefarite), epífora ou lacrimejamento (alergia, infecções, canaliculite), opacificação (perde da transparência: catarata), fenda estenopeica (ametropias e astigmatismo), fotofobia (aversão a luz).

Síndrome são conjuntos de sintomas e sinais que descrevem uma doença.
-Síndrome do olho seco: secura, hiperemia (vermelhidão), prurido (coceira), ardor, sensação de corpo estranho e de areia nos olhos.
-Síndrome da catarata: embaçamento, baixa acuidade visual noturna, auréolas ao redor de fontes de luz, sensibilidade ao brilho.
-Síndrome glaucoma: aumento PIO, baixa acuidade visual noturna, perda da acuidade visual binocular.
-Síndrome do deslocamento de retina: visão flutuante, clarões visuais, sensação de sombra em um lado do campo visual.
-Síndrome da enxaqueca: pontos de luz coloridos, auréolas ou padrões em zigue zague, cefaléia.
-Síndrome da astenopia: fadiga visual, cefaléia, embaçamento temporário da visão.

Possíveis abordagens para averiguação de patologias oftalmológicas:
- Quando o problema na visão começou?
-Ocorreu de forma repentina ou gradual?
-Com que frequência ocorre?
-Quanto tempo dura? Quando acontece? À noite? Pela manhã?
-O problema é em um ou nos dois olhos?
-Sua visão está embaçada ou há visão dupla?
-Você tem pontos cegos?
-Há áreas que parecem negras e ausentes?
-A visão lateral (periférica) está sumindo?
-Há auréolas (círculos de luz) vistas em volta de objetos brilhantes ou luzes?
-Você vê luzes piscando ou linhas em zigue-zague?
-Você tem sensibilidade à luz?
-Objetos que estão estacionados parecem estar se movendo?
-Você está com dificuldade para diferenciar cores?
-Você sente algum tipo de dor?
-Você sofreu algum ferimento, teve uma infecção, sintomas de alergia, aumento no estresse ou ansiedade, sensações de depressão, fadiga ou dor de cabeça nas últimas semanas ou meses?
-Você foi exposto a pólen, vento, luz do sol ou produtos químicos neste período?
-Você usou algum sabonete, loção ou cosmético novo?
-Sua visão melhora após um período de descanso?
-Sua visão melhora com o uso de lentes corretivas?
-Há outros sintomas presentes, como vermelhidão, inchaço, cefaleia, dor, prurido, secreção, sensação de haver algo no olho, aumento ou diminuição de lágrimas, etc.?
-Que medicamentos você toma?
-Você tem diabetes, ou há um histórico familiar de diabetes?
-Você usa lentes de contato?

Observe que agora fica fácil de ligar à alguns sinais/sintomas/síndromes


E TODA PATOLOGIA DEVE SER CUIDADA IMEDIATAMENTE PELO OFTALMOLOGISTA.
O Optometrista é o especialista em analisar e encontrar vários tipos de patologias mas os cuidados e tratamentos somente com o oftalmologista.

CUIDE-SE!!!

Patologia Ocular: Parte I - O que é uma patologia






Para iniciar é importante, primeiramente, entender o que é uma patologia. Diversos estudos descrevem a patologia como uma área médica que aborda o mecanismo de formação de doenças e também suas causas e consequências no organismo.

Para não tornar o estudo muito aprofundado, abordaremos a patologia como possíveis lesões oftálmicas causadas por doenças, podendo ser contagiosas ou não, hereditárias ou não, com cura ou não. Mas, para efeitos futuros, a patologia pode ser abordada em união com diversos tipos de ramificações, como por exemplo: (anatomia, histologia, embriologia, fisiologia, microbiologia, bioquímica, imunologia, biologia celular e parasitologia) e as profissionalizantes (clínicas, cirurgias, diagnósticos e tratamentos).

Como podemos ver, são diversas as abordagens pois uma doença pode atingir e afetar qualquer funcionalidade fisiológica dos organismos.

Podemos entender as doenças como uma disfunções que resultam em reações diversas, podendo ser bioquímicas, morfológicas ou sistêmicas de modo que ultrapassem a resistência dos organismos afetados.

Para efeito de aprendizado, divide-se a patologia em 2:
-Patologia geral: fundamenta as doenças afim de compreender e classificar as lesões.
-Patologia especial: estuda a característica de cada doença, de acordo com cada órgão e sistema acometido.

A doença por sua vez se apresenta seguindo um trajeto:
-Causa: toda doença tem uma causa
-Período de incubação: tempo de desenvolvimento da doença
-Período prodômico: início da doença e surgimento de sinais
-Período de estado: início dos sintomas
-Evolução: esse por sua vez se ramifica como o resultado da doença que pode ser a cura, a cronificação (necessita de tempo para curar), as complicações ou resultar em morte.

Todo organismo pode sofrer ação de agentes que modifiquem o funcionamento celular e leve a alteração da resistência, e sabemos que essa perda é a que origina uma doença, logo haverá alterações bioquimicas, fisiológicas e morfológicas no local lesionado.

As principais causas de lesões celulares ocorrem por falta de oxigenação das células (alteração genoma), disfunções imunológicas, distúrbios circulatórios, psíquicos e ou nervosos, envelhecimento, traumas, queimaduras (criogênica ou calorífera), radiação, magnetismo, produtos químicos, poluentes, drogas, em geral. Alterações celulares que não se regeneram após uma agressão e se tornando irreversível entram em estado de necróse, ou manifestação final de uma célula.

As doenças, quando em período de estado, apresentam 3 tipos de possíveis averiguação clínica: sintomas, sinais e síndrome.